quinta-feira, 28 de junho de 2012

Eleições autárquicas: a vingança

Decorria a campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 1979 em Portugal. Estava eu na taberna principal de Ulme, vila de onde sou natural, quando sou abordado por alguém que me questiona sobre o desenvolvimento do xadrez naquela localidade e de alguma forma no próprio concelho.
Fiquei surpreendido por estar a ser abordado por alguém que mal conhecia mas que, pelo que depois me apercebi, era bem conhecedor daquilo que eu já tinha feito pelo desenvolvimento do xadrez na região e da minha motivação em fazer mais e melhor.
Mais surpreendido fiquei quando conheci a identidade do abordante que era, na altura, um dos vereadores da Câmara Municipal da Chamusca, o meu concelho de origem, e que estava ali na qualidade de candidato à presidência daquela autarquia.
Depois da abordagem e da conversa que mantivemos, fiquei sem qualquer dúvida de que aquele era o melhor candidato devendo sair como vencedor das eleições que se iam realizar.
Mesmo ainda não tendo idade para votar, pois só no ano seguinte é que completaria os 18 anos, não encontrei qualquer impedimento em juntar-me à campanha daquele candidato e aconselhando os meus amigos e familiares a votarem na sua lista, porque certamente seria ele quem mais benefícios traria para o concelho a cuja Câmara se propunha presidir.
No dia 16 de Dezembro de 1979, os eleitores do concelho da Chamusca, por maioria simples, deram a vitória a Sérgio Carrinho, nome do tal candidato, que a partir daquela altura se tornou presidente da Câmara Municipal daquela vila ribatejana, cargo que, apesar de já se terem passados quase 33 anos, ainda ocupa, e que o torna num dos presidentes de Câmara que em Portugal mais mandatos tem cumprido (já vai no fim do nono). 
Nos anos seguintes, sempre que solicitei a colaboração da Câmara da Chamusca para as actividades escaquisticas que fui desenvolvendo no concelho, obtive uma resposta positiva.
É assim que durante um largo período, o xadrez no concelho da Chamusca foi-se massificando chegando a ter 4 equipas (Carregueira, Benfica da Chamusca, Vale de Cavalos e Ulme), embora nem todas se tivessem federado.
Até hoje continuo amigo do Sérgio Carrinho embora cheguem a passar anos sem nos falarmos.
Em finais de 1981, concorri a um lugar de Animador Sócio-cultural e Desportivo da Câmara Municipal de Coruche. Fui um dos candidatos escolhidos, tendo-me certamente favorecido o meu currículo na área do xadrez. Também penso que me foi favorável o conhecimento que o Sérgio Carrinho tinha das minhas actividades e da minha forma de trabalhar, informação essa que julgo ter sido transmitida a uma solicitação do seu colega de Coruche.
Em Coruche, durante os 3 anos que trabalhei na autarquia, tive apoio total no desenvolvimento da modalidade e por lá passaram a fazer simultâneas ou a participar em torneios, grandes jogadores portugueses da altura: Joaquim Durão, Fernando Silva, Luís Santos, José Pereira dos Santos, a própria equipa do Sporting, uma das melhores naquela época, entre outros.
Foram 3 anos em que o xadrez respirou em Coruche e das minhas "escolinhas" saíram muitos amantes de xadrez, excelentes estudantes e mais tarde bons profissionais, um dos quais foi o Dr. Fernando Carapau (do Diana de Évora) que mais tarde vim a reencontrar ainda com o bichinho pelo jogo dos reis.
Durante esse período o concelho de Coruche chegou a ter 4 equipas filiadas na FPX e a Associação de Xadrez de Santarém, que estava sediada em Rio Maior e quase inoperacional,  foi alvo de um "ataque" pela nossa parte, claro que sempre com o apoio da Câmara Municipal, de forma a que passasse para o nosso concelho, o que acabou por acontecer mas numa altura em que eu já não estava em Coruche, pois já tinha deixado o meu cargo na Câmara local.
Em Portugal, durante os anos que estive à frente de actividades ligadas ao xadrez, contei sempre com a colaboração das autarquias locais.
Passado o longo período em que não estive ligado a qualquer actividade relacionada com o xadrez, e na sequência da realização do Festival de Xadrez de S. Vicente em 2008, que contou com a presença do então campeão de Portugal, o GM António Fernandes, foi solicitada autorização, com bastante antecedência, à Câmara Municipal de S. Vicente, para a utilização de uma das principais praças da cidade do Mindelo, com a finalidade de se realizar uma simultânea e um torneio de rápidas.
Pela experiências que trazia de Portugal, pensei que a autorização seria normalmente concedida, até porque iria ter a presença de um campeão de um país europeu e era uma actividade que beneficiaria a imagem da cidade.
Pois bem, foi puro engano. A autorização não foi concedida, sendo-nos comunicado, em cima da hora, que se quisemos que utilizássemos uma outra praça.
Essa praça não teria o impacto que se pretendia e era desprovida de sombra, o que tornava inviável a realização de uma simultânea ás 3 da tarde e um torneio de rápidas ás 10 da manhã.
O que vale é o que os cabo-verdianos, à semelhança dos portugueses, são também especialistas na arte do desenrascar.
É assim que conseguimos arranjar uma solução: realizar a simultânea e o torneio na Praça que pretendíamos, mas dentro de um espaço que é alugado e que funciona como bar "Quiosque da Praça Nova", não sendo para isso necessário autorização da Câmara, mas tão só e simplesmente, a concordância da dona do bar.
Mais tarde, numa das reuniões que tive com o vereador da cultura, daquelas que nunca dão em nada, fiquei a saber que a autorização não foi dada, porque a senhora presidente considerou que poderíamos estragar as flores do jardim. Como se os xadrezistas fossem alguns macacos.
Numa das tais reuniões que nunca dão em nada, o vereador Humberto Lélis informou que, a autarquia, pelo menos oferece troféus para as diversas competições das diversas modalidades que se vão realizando em S. Vicente, facto pelo qual foram solicitados troféus para um torneio que realizamos em finais de 2009. Até hoje estamos esperando pela resposta.
E da Câmara Municipal aqui de S. Vicente, o que o xadrez pode esperar é nada.
Muito diferente de outros municípios crioulos, onde tenho constatado algum apoio.

Por exemplo, na ilha de Santo Antão, no município da Ribeira Grande, tem havido apoios ao xadrez e provavelmente não tem havido mais porque não são apresentadas iniciativas. Eu próprio já fui convidado a participar em actividades nas festas da Ribeira Grande e sei que o vereador do pelouro relacionado com o desporto, Paulo Rodrigues, é um entusiasta da modalidade.
Há tempos tive uma conversa informal com o actual presidente da Câmara M. do Sal, Dr. Jorge Figueiredo, ficando convicto que o município é um apoiante das actividades relacionadas com o xadrez e as informações que me chegam dos xadrezistas daquela ilha, têm apontado nesse sentido.
Pelo que me consta, na capital, o Dr. Ulisses também não é daqueles que coloca o xadrez de lado e provavelmente até gostaria que lhe aparecessem mais iniciativas escaquisticas para as poder apoiar.
Os três municípios que aqui referi como apoiantes da modalidade (Ribeira Grande, Sal e Praia), são dirigidos por pessoas que são apoiadas ou que militam no mesmo partido político que suporta o executivo camarário aqui de S. Vicente. Portanto não se trata de um problema partidário mas de pessoas.
Já que o xadrez tem sido tão mal tratado, ou nem sequer é considerado, pelos autarcas são-vicentinos, está na hora da minha vingança: no próximo Domingo, dia 1 de Julho, dia de eleições autárquicas em Cabo Verde, para que nenhum candidato se fique a rir, votarei em todos, ou seja, no meu boletim de voto colocarei uma cruzinha à frente de todos os concorrentes.
E só mudarei de atitude em eleições futuras quando algum candidato me consiga convencer de que será benéfico ao xadrez.
Como eu, os xadrezistas de S. Vicente têm agora o oportunidade de se vingar dos seus autarcas: votando da mesma forma que irei votar.
E enquanto não chega o próximo Domingo, vem-me novamente à memória que a primeira vez que apoiei um candidato a presidente de uma Câmara Municipal, foi por causa do xadrez, e esse candidato saiu vencedor e quase 33 anos depois ainda ocupa o cargo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Partidas rápidas


Durante os dias seguintes e até no próprio dia em que se jogaram os Campeonatos de Portugal de Partidas Rápidas, este ano realizados em Figueiró dos Vinhos, fui lendo o que se ia escrevendo sobre as competições, roendo-me de inveja por não estar presente nessa festa escaquística.
Não que seja um grande apreciador do ritmo jogado, mas o convívio que este tipo de torneios proporcionam já é razão suficiente para me suscitar vontade de estar presente, mesmo sabendo que levarei farta porrada.
Além disso há também o lado afectivo, pois a primeira competição oficial em que participei, foi exactamente num Campeonato de Portugal de Partidas Rápidas (individual), mais concretamente na edição de 1976 realizada em Abrantes, tendo nessa altura ficado deslumbrado por estar no meio de tantos jogadores que só conhecia de nome, sendo que alguns, mais tarde, vieram a tornar-se meus amigos e até colegas de equipa.
Cheguei a participar em vários torneios de partidas rápidas, pois nessa altura, sem computadores nem programas de emparceiramento, era o ritmo mais utilizado na organização de provas de xadrez, pela facilidade que tinham em se organizarem, mesmo sendo um torneio com muitos participantes. E acerca dos emparceiramentos dessa altura, recordo-me de ter participado num torneio de semi-rápidas realizado pelo sistema suíço de emparceiramento (manualmente) em que, depois de terminada uma sessão, era necessário esperar uma hora, ou mais, para que estivesse pronto o emparceiramento da sessão seguinte, o que tornava impraticável os torneios de semi-rápidas realizados com este sistema.
Voltando ás partidas rápidas e ao Campeonato de Portugal, depois de Abrantes, edição em que os jogadores do Sporting, talvez a melhor equipa de xadrez daquela época, chegaram atrasados e tiveram que constituir um grupo preliminar só com eles, voltei a participar na edição de 1978 realizada em Alhandra, confirmando a festa que eram estes campeonatos que, na falta de haver outros torneios, acabavam por proporcionar encontros entre jogadores que já não se viam desde os campeonatos do ano anterior, aproveitando estes momentos para colocarem em dia a conversa atrasada por um ano de interregno.
Depois de Alhandra, não voltei a participar em mais nenhum Campeonato de Portugal de Partidas Rápidas e desde lá até aqui já o António Fernandes ganhou 14 campeonatos individuais, sendo o último deles na edição desde ano, uma organização bastante elogiada, que serviu também para homenagear Álvaro Gonçalves, que além de autarca (vice-presidente da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos)  era também xadrezista.
Relativamente ao homenageado, fui seu adversário na 4.ª sessão do Torneio Internacional da Figueira da Foz de 2010, numa partida que se foi mantendo equilibrada até ao momento em que cometi um enormíssimo erro (no 23.º lance) acabando por vir a perdê-la. A fotografia de fundo que desde o mês passado estou a utilizar neste blogue foi tirada durante essa partida.
Em jeito de homenagem, reproduzo a folha de anotação da partida entre mim e o falecido Álvaro Gonçalves e que pode também ser reproduzida imediatamente a seguir.


quinta-feira, 31 de maio de 2012

Traição



 
Quando em Setembro de 2010 o director do semanário "Expresso das Ilhas" me convidou para colaborar com o "seu" jornal, escrevendo semanalmente uma crónica sobre xadrez, nunca imaginei que essa colaboração viesse a terminar da forma que terminou.
Nessa altura aceitei o repto e durante 86 semanas, sem qualquer interrupção, mantive gratuitamente a colaboração solicitada, muitas vezes com prejuízo pessoal.
Não foram raras as vezes em que deixei de fazer ou de participar em coisas de meu interesse pessoal, para que pudesse cumprir a palavra dada. Mantive sempre a crónica semanal, não deixando a direcção do jornal, nem uma única vez que fosse,  "agarrada" e "com as calças na mão" por não ter a minha colaboração para publicar. Por vezes, não muitas, é certo que a colaboração chegava mais tarde, mas nunca deixou de chegar. Recordo-me que no último Natal, em que passados 11 anos voltei a passar esta quadra festiva em Portugal junto com a minha família, como não tive condições anímicas para fazer o artigo no dia de Natal nem no dia seguinte, no dia 27 de Dezembro, logo pelas 7:00 H da manhã, com um frio de rachar e com a cama a saber tão bem, levantei-me para elaborar a crónica que veio a ser publicada no dia 28 de Dezembro, não deixando, mais uma vez, o jornal sem a minha colaboração mesmo que com isso me tivesse sacrificado, como aconteceu muitas outras vezes.
Durante todo o tempo, e foram quase 2 anos, em que escrevi a crónica semanal para o "Expresso das Ilhas", nunca reclamei com a direcção o facto de alterarem alguns títulos, ou de amputarem algumas crónicas,  ficando algumas delas sem o sentido que lhes pretendi dar, como foi no caso da 20.ª crónica em que o brasileiro Mequinho (Henrique Costa Mecking) foi o tema escolhido.
Agora o que aconteceu com aquela que seria a minha 87.ª crónica eu não poderia tolerar,  ficar quieto ou sem tomar qualquer atitude.
Nos últimos tempos eu aproveitava a tarde de Domingo para escrever o que seria publicado na Quarta-feira seguinte, pois mesmo retirando ao convívio familiar umas 4 ou 5 horas, tempo que geralmente levava a elaborar a crónica semanal, parecia-me ser o mal menor, não interferindo tanto com a minha actividade profissional. É assim que na tarde do Domingo dia 20 de Maio, depois do Gelfand ter vencido Anand na 7.ª partida no match para o campeonato do mundo que decorreu em Moscovo, escrevi a crónica que sairia no dia 23 e que intitulei "Gelfand na frente". Como também vinha sendo habitual, na segunda-feira completei o texto que posteriormente enviei por mail para o director do jornal. Só que, horas mais tarde, o Anand ganhou a partida daquele dia e alterou o sentido do título do texto facto pelo o qual o director do "Expresso das Ilhas" entrou em contacto comigo (depois de inúmeras tentativas não conseguidas porque eu não tinha reparado ter o telemóvel desligado por falta de bateria). Face aos novos acontecimentos, e em virtude de eu estar sem tempo para elaborar nova crónica ou alterar o texto existente, acertámos que no final da crónica sairia uma nota indicando que ela tinha sido escrita antes do Anand ter ganho aquela partida, mas que na próxima semana, ou seja na edição desta semana, voltaria a esse tema.
Fiquei descansado com o que foi acordado até que na 5.ª feira de manhã (dia 24), dia em que o jornal chegou a S. Vicente, quando vou para a habitual página onde era publicada a minha crónica, vejo que o acordo não tinha sido cumprido, e em vez de sair o texto que eu tinha escrito com a nota que tinha sido acordada, estava outro texto com outra assinatura e, para agravar a situação, com a partida comentada que eu tinha enviado mas sem indicação de quem a tinha comentado.
Depois desta traição só havia uma coisa a fazer, que foi o que fiz, comunicar o fim da minha colaboração no "Expresso das Ilhas", pois se o director do jornal onde escrevo (gratuitamente), não honra um acordo, então parece-me não ser possível a continuidade nesse jornal.
Depois dessa comunicação não voltei mais a ser contactado pela direcção do jornal, mas houve quem intermediasse na tentativa de que voltasse com a minha palavra atrás e que continuasse a escrever as minhas crónicas para aquele jornal, pois o director já tinha reconhecido o erro. Esperei assim que na edição desta semana, no espaço da crónica, houvesse uma explicação para o facto do nome do habitual cronista ter desaparecido. Como isso não aconteceu, encerrou-se o assunto.
Como a 87.ª crónica não chegou a ser publicada no jornal, publico-a a seguir (com a excepção da partida comentada que acabou por ser publicada na edição da passada semana), para que assim a possam também ler.
Gelfand na frente
ou uma crónica não publicada *
No Match do Campeonato Mundial 2012 que está a decorrer no State Tretyakov Gallery em Moscovo, depois de seis entediantes empates, ou seja, metade da totalidade das partidas, na sétima partida, finalmente, houve um vencedor. Boris Gelfand, de brancas, levou a melhor sobre o campeão mundial em título, o indiano Viswanathan Anand, colocando-se assim na frente do marcador e, como candeia que vai à frente alumia duas vezes, o jogador naturalizado israelita, está com todas as possibilidades de se tornar o próximo campeão do mundo, mesmo sendo o 20.º do ranking mundial.
Caso se venha a concretizar esta hipótese de Gelfand ser coroado com o título máximo do xadrez, será interessante, para não dizer embaraçoso, quando após o match começar a defrontar em torneios os melhores do ranking (Carlsen, Aronian, Kramnik, Karjakin, Topalov, por exemplo), e começar, conforme prevejo, a levar “tareia” e a aparecer na cauda das classificações desses torneios.
Mas voltemos ao match e às sete partidas já disputadas até ao momento em que estou a escrever estas linhas. Logo à primeira vista, se analisarmos o número de lances efectuados em cada partida, verificamos que os dois jogadores têm estado com as cautelas todas, ou melhor, com demasiadas cautelas. A partida em que foram efectuados mais lances foi exactamente esta em que Gelfand se colocou na frente, com 38 movimentos. Nas anteriores seis partidas só em duas é que se ultrapassaram os 30 movimentos (na 3.ª com 37 e a a 4.ª com 34 lances), demonstrando claramente que os jogadores estavam a jogar para o empate, que é como quem diz, a serem “empatas” e sem grande brilho nas partidas disputadas.
Com esta derrota, espera-se que Anand se torne mais ofensivo e a 8.ª partida nos dirá se isso se concretizará, já que o indiano, a jogar de brancas, quererá certamente rectificar o resultado actual e pelo menos empatar o match. Claro que não será tarefa fácil, pois Gelfand é considerado por muitos um jogador de empates e agora, apanhando-se na frente, certamente que refinará essa táctica.
Este match está a ser dominado pelas aberturas com o peão de dama, mais concretamente com d4, pois das sete partidas já jogadas, seis foi assim que começaram, tendo quatro dessas aberturas desembocado em gambitos de dama recusados, uma na defesa Grunfeld e outra na defesa neo – Grunfeld. A abrir com peão de rei, só aconteceu na 5.ª partida quando Anand iniciou com e4 e Gelfand respondeu com c5, iniciando-se assim uma siciliana que seguiu a linha da variante Pelikan.


 
Gelfand iniciando a 7.ª partida com d4


Mas esta semana que passou ficou marcada por duas notícias que me merecem relevância. A primeira refere-se com o Grand Prix ciclo 2012/2013, competição que a FIDE anunciou, divulgando a lista das cidades que a receberão. Lisboa, a capital portuguesa, é uma das cidades que se encontra nessa lista, recebendo o Grand Prix de 10 a 24 de Abril de 2013. Com a divulgação dos locais onde se jogará o Grand Prix, que além de Lisboa inclui Chelyabinsk (Rússia), Tashkent (Uzbequistão), Madrid (Espanha), Berlim (Alemanha) e Paris (França), foram  também anunciados os 18 jogadores que regulamentarmente podem participar nesta grande competição e onde se encontram o campeão do mundo e o vice-campeão (Anand e Gelfand), os 4 melhores da taça do mundo (Svidler, Grischuk, Ivanchuk e Ponomariov), e os 5 melhores do ranking mundial (Carlsen, Aronian, Kramnik, Karjakin e Topalov, além dos 6 jogadores designados pelo patrocinador e do jogador indicado pela FIDE (todos com um Elo superior a 2700).
A outra notícia, é que a Federação Portuguesa de Xadrez tem nova direcção, tendo sido eleito para presidente, no passado Sábado, o jovem (27 anos) Eng.º Físico Francisco Castro. Já tive oportunidade de lhe enviar as minhas felicitações e de expressar o meu desejo de que Portugal e Cabo Verde estreitem as suas relações escaquisticas. Certamente que mais tarde voltarei a estes dois assuntos, mas agora fiquemo-nos com a partida que Gelfand ganhou a Anand.

Aqui deveria ser introduzida uma nota, que poderia ser:

Já estas linhas estavam redigidas quando tivemos conhecimento de que Anand, naquela que é certamente uma das mais curtas partidas da história dos matches para atribuição do título de campeão mundial, armou uma armadilha ao seu oponente, vencendo-o apenas em 17 lances. Mas a isso voltaremos na próxima semana, enquanto por agora continua tudo na mesma: empatado.

*Subtítulo acrescentado para a publicação neste espaço.