Boas Festas

Depois de uma longa ausência, nada melhor que voltar com votos de 

BOAS FESTAS.

GM António Fernandes, vence na Pampilhosa da Serra

O GM António Fernandes foi o grande vencedor do I Open Internacional de xadrez de Pampilhosa da Serra que decorreu no passado sábado, dia 28,  nesta vila do distrito de Coimbra.

António Fernandes, somou 8 pontos, em 9 possíveis, deixando nos lugares seguintes, o MI Ruben Pereira, o MF António Ferreira, o GM Kevin Spraggett e João Costa, todos com 7 pontos.

Inscreveram-se neste torneio 99 participantes, dos quais 2 eram GM, 1 MI, 3 MF e 6 MN.

A classificação completa pode ser consultada aqui.

Cuidado com o touro...

Além do xadrez, a festa brava também é uma das minhas paixões (ou não fosse eu ribatejano). 

Ainda há pouco tempo, e no comentário que  o MI Luís Santos fez aqui à sua partida da final da Taça de Portugal, o touro, em sentido figurado,  foi colocado em destaque.

De vez em quando, acontece que um touro salta a trincheira para ir "brincar" com aquela malta que está entre tábuas. Já vi esta cena várias vezes, o que nunca tinha visto era um touro saltar as tábuas e ir ter com os espectadores. 
Paga-se bilhete e ainda há a possibilidade de levar uma cornada.

Vejam o vídeo e confiram. (desligar o som da música para ouvir os comentários)

I Open Internacional de Pampilhosa da Serra

É já no próximo dia 28 que se realiza o I Open Internacional de Pampilhosa da Serra. 

A prova, de partidas semi-rápidas (15 minutos), terá 9 sessões em sistema suiço e as inscrições deverão dar entrada até dia 24 de Agosto.

O Regulamento pode ser consultado aqui.

Para saber mais um pouco sobre esta vila, podem visitar os sítios da Junta de Freguesia, da Câmara Municipal ou o portal da região.

Mais uma partida da final da Taça de Portugal

Depois da grande tourada, ou melhor, da partida entre os MI Luís Santos e Maurício Vassalo, no 4.º tabuleiro da final da Taça de Portugal 2009/2010, com comentários do GM Miguel Llanes Hurtado, publico a partida disputada no 2.º tabuleiro dessa final e que opôs o comentador ao GM Luís Galego.

GM Miguel Llanes                           GM Luís Galego

(Elo 2477)                                                       (Elo 2498)

Final da Taça de Portugal - V. Nova de Gaia - 11/07/2010

O Público e o Touro

Ainda acerca da Final da Taça de Portugal 2009/2010, o Público on line publicou o seguinte:

 

"...No quarto tabuleiro, o eborense Luís Santos esteve em dificuldades, mas um erro de Maurício Vassallo deitaria tudo a perder..." J.G.

Em baixo, com comentários do vencedor,  e para que não restem dúvidas, publica-se a partida que o MI Luís Santos venceu (e convenceu), acabando por decidir a conquista da Taça de Portugal a favor do G. D. Diana de Évora.

 MI Luís Santos                                  MI Maurício Vassalo
(Elo 2365)                                                    (Elo 2432)
Final da Taça de Portugal - V. Nova de Gaia - 11/07/2010

Olé!

A Partida em versão para impressão.
 

G. D. Diana de Évora, vence equipas do Norte e conquista Taça de Portugal

"A FPX beneficia descaradamente as equipas nortenhas da fase final da Taça de Portugal"   

in blogue Ala de Rei de Francisco Vieira

Mesmo assim, no passado fim de semana, o G. D. Diana de Évora, chegou ao Norte para no Sábado ganhar ao Moto Clube do Porto (3,5 - 0,5) e no Domingo bater a A. C. R. Vale de Cambra (2,5 - 1,5), conquistando assim a Taça de Portugal 2009/2010. Depois, foi pagar a despesa do alojamento (porque para a prova ser organizada em Gaia não houve a obrigatoriedade dos organizadores pagarem o alojamento, ao contrário do que a FPX exigia  para que a Final Four fosse disputada em Évora), pegar na Taça e levá-la para Évora como mais um símbolo de conquista do Alentejo.

Para chegar à Final Four desta época, o G. D. Diana ganhou aos Peões de Alverca (3-1), ao GDR Amigos de Urguezes (2,5-1,5) e ao CX Montemor-o-Velho (3,5-0,5). Nas meias-finais a equipa alentejana evidenciou bem a sua superioridade ao bater o Moto Clube do Porto I por uns expressivos 3,5 - 0,5. 

 Final da Taça de Portugal 2009/10

G. D. Diana - A. C. R. Vale de Cambra

Como se esperava, mais complicada foi a final perante a ACR Vale de Cambra, onde se registaram empates nos primeiros três tabuleiros, cabendo ao MI Luís Santos, com a sua vitória na partida com o MI Mauricio Vassallo, desempatar a eliminatória e assegurar a conquista do título. 
É de referir que  o MI Luís Santos participou em todos os jogos disputados pelo G. D. Diana nesta campanha, vencendo todas as suas partidas. 

MI Luís Santos

Totalista da campanha do GD Diana na Taça de Portugal 2009/10

No final do encontro em Urgezes, dizia o MI Luís Santos "havia de ser engraçado este ano ganharmos  a Taça que até o Carapinha era campeão". 
Aconteceu!

Os finalistas e a Taça

MI Luís Santos, GM António Fernandes, GM Miguel Llanes e GM Kevin Spraggett

Diana claramente prejudicado na Taça de Portugal

Exmº Senhor Presidente da FPX

Segue um comunicado oficial por parte da Direcção do GD Diana referente à Final Four

Assunto: Final Four da Taça de Portugal época 2009/2010

Factos:

1-        Na terça-feira dia 6 de Julho, a FPX contactou por telefone o GD Diana via Senhor Altino Costa, sendo que, o Senhor Altino Costa solicitou ao Prof. Dr. Fernando Carapau (responsável pela secção de xadrez do GD Diana) se era possível ao GD Diana organizar a Final Four na cidade de Évora, oferecendo alojamento e alimentação às equipas participantes, e aos elementos da FPX;

2-        O Prof. Dr. Fernando Carapau entrou em contacto com a Direcção do GD Diana e a mesma solicitou uma reunião urgente com o Exmº Senhor Presidente da CME, o qual acedeu ao pedido do GD Diana, mas invocando que apenas podia apoiar em termos de alojamento, o que até faz sentido, e assim a CME disponibilizou-se para custear o alojamento das 4 equipas para sexta-feira dia 9 de Julho mais os elementos da FPX, e custear o alojamento das equipas finalistas para sábado dia 10 de Julho mais os elementos da FPX, e ainda um beberete de honra para a cerimónia de entrega de prémios. O alojamento seria no Évora Hotel, bem conhecido do mundo do xadrez pelas suas condições ímpares. Os jogos seriam no salão nobre da CME o qual tem ligação à internet. A CME colocava à disposição da organização transporte para as equipas e elementos da FPX poderem efectuar o trajecto entre Hotel e local do jogo;

3-        Quando o Prof. Dr. Fernando Carapau entra em contacto com o Senhor Altino Costa, este lhe transmite que afinal a Final Four ia ser na cidade Vila Nova de Gaia visto 3 equipas serem da zona do Porto. Foi transmitido ao Senhor Altino Costa que entretanto o GD Diana estava em condições de organizar a Final Four;

4-        Escolhido o local da prova, i.e. Vila Nova de Gaia, o GD Diana solicitou à FPX numa 1ª fase que os jogos do dia 10 de Julho fossem às 21h pois inicialmente pensou-se iniciar a deslocação à cidade Vila Nova de Gaia no sábado de manhã havendo tempo para descansar um pouco antes do jogo. A FPX não acedeu ao pedido do GD Diana e pior nem se dignou a responder;

5-        Depois de saber via FPX o nome do adversário e a hora do jogo, i.e pelas 15h, o GD Diana solicitou numa 2ª fase às equipas que constituem a Final Four e em particular à sua adversária directa nas meias-finais se era possível alterar a hora do jogo para as 21h, apenas o adversário directo respondeu e de forma negativa e justificando a sua decisão, nada a dizer;

6-        Tendo em conta que o jogo de sábado tem a hora definida pelas 15h, é evidente que os jogadores do GD Diana têm que pernoitar na cidade Vila Nova de Gaia, e nesse sentido o GD Diana solicitou à Organização 4 quartos singles para a noite de sexta-feira dia 9 de Julho, os quais sem encargos económicos para o clube eborense;

7-        A FPX numa 1ª fase e via Senhor Altino Costa envia um e-mail ao Prof. Dr. Fernando Carapau a confirmar a reserva de 4 quartos singles para sexta-feira dia 9 de Julho em resposta ao pedido formulado pelo mesmo em nome do GD Diana;

8-        A FPX numa 2ª fase e via Senhor Altino Costa envia um e-mail ao Prof. Dr. Fernando Carapau a dizer que a Direcção da FPX tinha decidido que o alojamento e a alimentação era da exclusiva responsabilidade das equipas envolvidas na Final Four, e nesse e-mail justifica a opção Vila Nova de Gaia pelo facto de 3 das equipas da Final Four serem da zona do Porto;

Posição do GD Diana:

a)        Esquecendo a forma pouco simpática como as coisas foram feitas, e ignorando o facto número 8 tudo estaria ok para o GD Diana, que abrindo mão do factor de proximidade geográfica, o qual devia ser mais ou menos igual para as equipas envolvidas, já estaria satisfeita com as condições minimas;

b)        Tendo em conta o facto número 8, o mínimo que se pode afirmar é que FPX não respeitou a instituição GD Diana, não respeitou a cidade de Évora e em última instância não respeitou a região Alentejo, vejamos: então para organizar a Final Four na cidade de Évora e a pedido da FPX o GD Diana tinha que oferecer alojamento e refeições, que até conseguiu, e sendo a Final Four na cidade de Vila Nova de Gaia o GD Diana tem que pagar todas as suas despesas;

c)        Com esta decisão a FPX está claramente a beneficiar as equipa adversárias quer em termos económicos quer em termos desportivos. Se a FPX não pode oferecer condições e se pretende realizar uma Final Four pelo menos o factor de proximidade geográfica tem que ser minimamente respeitado;

e) Qual o interesse para os clubes que vão disputar uma Final Four num determinado local X se têm que ser os mesmos a custear todas as despesas?

f) Apesar da situação o GD Diana afirma que vai estar nas meias-finais, mas que esta será a sua última participação numa Taça de Portugal se não souber à partida as condições mínimas para poder participar com dignidade.

Atenciosamente, pelo GD Diana

Dr. António Eugénio (Presidente do GD Diana) 
Dr. Joaquim Rodrigues (Vice-Presidente do GD Diana) 
Prof. Dr Fernando Carapau (Director da secção de xadrez do GD Diana)

Poucos comentários há a fazer, além de me parecer que o G. D. Diana de Évora está a ser claramente prejudicado (intencionalmente?) senão vejamos:

Até aos quartos de final, as equipas envolvidas na Final Four percorreram as seguintes distâncias:

• G. D. Diana Évora - 914 km (deslocação a Urgezes);
• A. C. R. Vale de Cambra -  666 km (S. João da Madeira - 26 km e Barreiro - 640 km)
• G. X. Porto - 472 km (G.D. Ferreira - Matosinhos 22 km e Torres Novas - 450 km) 
• Moto Clube do Porto - 128 Km (Amiguinhos MAS-Guimarães 106 Km e G. D. Ferreira - Matosinhos, 22 Km);

 Com a realização da Final Four em Vila Nova de Gaia, as distâncias percorridas passarão a ser as seguintes:

• G. D. Diana - 1.730 km
• A. C. R. Vale de Cambra - 770 km
• G. X. Porto - 482 km
• Moto Clube do Porto - 138 Km

 Como se pode verificar o G. D. Diana, percorrerá mais kms (1.730) que as outras equipas juntas (1.390).

Interessante será verificar as distâncias percorridas se a final four fosse em Évora:

• A. C. R. Vale de Cambra - 1.434 km
• G. X. Porto - 1.296 Km
• Moto C. do Porto - 952 km
• G. D. Diana - 914 Km

 Bem mais equilibrado! E ainda com a vantagem do alojamento ser a cargo da organização, condição para a realização da Final Four em Évora e que não é condição para ser organizada em Vila Nova de Gaia.

Não quero dizer que há intenção de benefício para qualquer equipa, mas há certamente uma equipa prejudicada: o G. D. Diana de Évora.

Novamente na Taça de Portugal

Foi no longínquo dia 4 de Fevereiro de 1984, portanto, já lá vão mais de 26 anos, que tinha efectuado a minha última partida para a Taça de Portugal. Estávamos na 2. ª eliminatória da prova e depois de eliminar-mos o Elvas, naquela cidade, recebemos em Coruche a equipa B do Sporting Clube de Portugal. Nesse dia, o Grupo de Xadrez de Coruche (equipa que ajudei a “refundar”), alinhava com Martinho Lopes no 1.º tabuleiro, eu estava no 2.º tabuleiro, o Eng.º Garcia, que tinha jogado na Académica de Coimbra, era o 3.º tabuleiro e finalmente o Dr. Rocha no 4.º tabuleiro. Refiro que os 3 primeiros tabuleiros desta equipa eram trabalhadores da Câmara Municipal de Coruche que através de mim, enquanto animador sócio-cultural e desportivo daquela autarquia, estava a fazer um trabalho meritório no xadrez. Relativamente aos jogadores que jogaram naquele dia, do Eng. Garcia nunca mais soube nada dele desde que saí de Coruche em finais de 1984, o Manuel Martinho Lopes, devido a doença, deixou de competir (o ano passado, a malta da Casa do Xadrez, num jantar que tivemos em Alpiarça, surpreendeu-me com a sua presença, sendo essa a última vez que estive com ele), o Dr. Rocha, soube recentemente que tinha falecido e eu estive quase 25 anos desligado da modalidade.

 Com Martinho Lopes o ano passado em Alpiarça (foto Casa do Xadrez)

Na Taça de Portugal daquela época, eu era o capitão da equipa e a estratégia tinha sido a de colocar os jogadores mais fortes, Martinho Lopes e Dr. Tavares da Rocha, nos 1.º e 4.ºs tabuleiros, respectivamente. Esperava assim que eles ganhassem as sua partidas e com isso garantir a passagem nas eliminatórias.

Naquela eliminatória, as coisas até começaram a correr bem, o 4.º tabuleiro venceu a sua partida. Só que naquele dia, o “Barba Negra” não estava em dia sim e, mesmo depois de ter despachado dois ou três maços de Português Suave sem filtro, não conseguiu melhor que um empate, que somado aos restantes resultados, ditaram a nossa eliminação por 2 ½ - 1 ½ , permitindo ao Sporting B seguir para a próxima eliminatória, onde venceram por 3-1 a equipa A do Benfica .

Ontem, dia 5 de Junho de 2010, volvido este tempo todo, voltei a jogar uma partida na Taça de Portugal. Foi em Urgeses (Guimarães) que voltei a matraquear as peças do jogo dos reis para aquela competição. O G. R. A. Urgeses e o G. D. Diana de Évora discutiam a passagem aos quartos de final da prova. Eu, que joguei no 4.º tabuleiro da equipa alentejana, que alinhou ainda com o MI Luís Santos, com Imme Van Den Berg e com Fernando Carapau, nos 1.º, 2.º e 3.ºs tabuleiros respectivamente, à semelhança do que aconteceu há 26 anos perdi a minha partida. Por deferência do Carapau, que se iniciou no xadrez pela "minha mão", na altura em fomentei o xadrez em Coruche, voltei a ser capitão e ainda à semelhança do passado o resultado voltou a ser de 2 ½  - 1 ½ , só que desta vez favorável à minha equipa.

G. D. Diana - G. R. A. Urgeses

Relativamente à minha partida, como estou sem ritmo de competição, vi-me em apuros de tempo e quando tinha 15 minutos no relógio, quase que paralisei iniciando uma enxurrada de erros que me levaram à derrota final.

Registo a simpatia dos anfitriões em particular o Prof. Fernando Costa e o Joaquim Machado, este último que já tem contacto com o xadrez de Cabo Verde, pois é o 18.º tabuleiro do match amigável por correspondência entre Portugal e Cabo Verde, tendo recentemente perdido uma dessas partidas, com o Terêncio Alves, o seu adversário nesse match.

 Da esquerda para a direita: Francisco Carapinha, Fernando Carapau, Imme Van Den Berg e Luís Santos (GD Diana); Alexandre Mano, Vitor Manuel Costa, João Sequeira Costa e Carlos Machado (GRA Urgeses)

António Fernandes, campeão nacional de semi-rápidas

O GM António Fernandes sagrou-se este fim-de-semana, em Odemira, campeão nacional de semi-rápidas. 
O XXXI Campeonato Nacional de Sem-rápidas, decorreu conjuntamente com o 23.º Open Damiano, que foi ganho pelo GM peruano Julio Granda Zuniga com 8 pontos. 

António Fernandes terminou o Damiano em 5.º lugar, com 7,5 pontos e, como foi o melhor português, consagrou-se Campeão Nacional de SR deste ano.

Infelizmente, por motivos profissionais, este ano não marquei presença em Odemira, mas a A. X. de S. Vicente voltou a estar representada, desta vez só por Carlos Mões que, com 5 pontos,  acabou por ficar em 96.º lugar superando o 114.º lugar do ano passado, onde também somou 5 pontos.

Por equipas, o G. D. Diana de Évora, com os GM Carlos Matamoros (Equador), Kevin Spraggett (Canadá), Aimen Rizouk (Algéria) e António Fernandes, foi a grande vencedora deste 23.º Damiano. 

Classificação individual do 23.º Open Damiano
Classificação por equipas do 23.º Open Damiano

Anand campeão...

Depois dos empates nas 9.ª, 10.ª e 11.ª partidas, Anand, lá venceu a 12.ª e revalidou o título de campeão mundial.

Com comentários do MI Malcolm Pein, veja as 4 últimas partidas do match entre Anand e Topolov.

   9.ª partida

10. ª partida

11.ª partida

12.ª partida

Empatados...

Não se pode gabar esta malta! 

No post anterior tinha salientado o facto de neste match entre Anand e Topalov e, ao fim das 4 primeiras partidas, ter havido um único empate. Foi sol de pouca dura, pois nas 4 partidas seguintes aconteceu precisamente o contrário, ou seja só uma partida é que não terminou empatada. Essa partida, a oitava, foi ganha por Topalov que assim empatou o match estando neste momento o resultado em 4-4.

Para ver as partidas, com comentários do MI Malcolm Pein, pode seguir os links em baixo.

5.ª partida

6.ª partida

7.ª partida

8.ª partida

 

 

Anand na frente...

Quatro partidas e só um empate, este é o resultado significativo das primeiras partidas deste match para apurar o Campeão do Mundo. Quando os jogadores estão preparados para para lutar e disputar o resultado é o que acontece, não havendo necessidade de regras "anti-empate".

Hoje, na 4.ª partida, à semelhança do que acontecera na 2.ª partida, Anand voltou a jogar uma Catalã e voltou a vencer Topalov, colocando-se na frente do marcador.

Amanhã é dia de descanso para na próxima Sexta-feira se jogar a 5.ª partida. As partidas podem ser acompanhadas,em directo, inclusivamente com vídeo, no site oficial do Torneio, aqui.

A 4.ª partida, comentada pelo IM Malcolm Pein pode ser reproduzida aqui.

E na terceira empataram...

Após um arranque espectacular, com uma vitória para cada um dos lados nas primeiras duas partidas do Campeonato do Mundo, na terceira aconteceu o primeiro empate. Jogando com pretas, Anand optou pela Defesa Eslavava do Gambito de Dama e, depois da troca de Damas, que aconteceu cedo (11.º lance), ficou com uma posição estável. Topalov consegui alguma iniciativa graças à sua vantagem de espaço no flanco de Dama, exigindo um jogo concentrado por parte do actual Campeão do Mundo, que consegui manter o equilíbrio e ao 46.º lance a partida terminou empatada.

Com comentários do MI Malcolm Pein, pode seguir a segunda e terceira partidas.

Campeonato do Mundo - Sófia 2010

Sem o mediatismo que conheci nos matches entre Bobby Fischer - Boris Spassky (1972), Anatoli Karpov - Viktor Korchnoi (1978) e Garry Kasparov - Anatoli Karpov (1984-5), começou ontem a disputa do título de campeão do mundo de xadrez. 

Frente a frente em Sófia, capital da Bulgária, o búlgaro Veselin Topalov desafia o actual campeão, o indiano Viswanathan Anand.

A primeira partida não correu nada bem a Anand, que jogou de pretas e, pouco mais uma de hora depois do início, já tinha uma posição perdedora, tendo metido a "pata na poça" em 23... Rf7.

Hoje, na segunda partida, Anand "recuperou" o ponto perdido vencendo a partida a Topalov.

Amanhã é dia de descanso, voltando-se a jogar na próxima terça-feira dia 27 de Abril.

Com comentários do MI Malcolm Pein, publicados na página The Week in Chess, a primeira das duas partidas já jogadas do match.

Topalov,Veselin (2805) - Anand,Viswanathan (2787) [D87]
WCh Sofia BUL (1), 24.04.2010 [Pein,Malcolm]

1.d4 Cf6 2.c4 g6 3.Cc3 d5

Anand jogou muitas vezes a Gruenfeld, mas ainda assim, apesar de ser um seguidor, eu sempre achei muito arriscado jogá-la num campeonato mundial. Em todo o caso, nos dias do xadrez informático, os jogadores podem preparar muitas coisas na perfeição com o computador em casa, desde que se lembrem durante a  partida...

 4.cxd5 Cxd5 5.e4 Cxc3 6.bxc3 Bg7 7.Bc4. Não é nenhuma surpresa, Topalov já jogou isto antes.

7...c5 8.Ce2 Cc6 9.Be3 0-0 10.0-0 Ca5. 10...Bg4 11.f3 Ca5 12.Bxf7+ Txf7 13.fxg4 foi o campo de batalha  no Campeonato do Mundo de Sevilha 1987, Karpov jogando com brancas e Kasparov com pretas: 10...Bg4 11.f3 cxd4 12.cxd4 Ca5 13.Bd3 Be6 14.d5 este é um sacrifício de qualidade dos anos cinquenta e já foi jogado por Topalov com êxito; 10...Dc7 a Variante Smyslov é a mais agressiva. 11.Bd3 b6

12.Dd2. 12.Tc1 é outra linha principal 12...e5 13.dxc5 Be6 14.c4 bxc5 15.Bxc5 Te8 igual ao que aconteceu na partida Topalov - Svidler Linares/Morelia 2006 mas 15...Bh6! é melhor e as negras parece que estão bem. 12.dxc5?! bxc5 13.Bxc5 Dc7 14.Ad4 e5 15.Ae3 Cc4 com uma boa compensação, uma cois típica na Gruenfeld. 12...e5. o movimento moderno que Peter Svidler me explicou que havia inventado, 12...e6 13.Tac1 cxd4 14.cxd4 Bb7 15.h4 o 15.Bh6 á linha mais antiga e que não tem sido muito utilizada nos nossos dias. O plano de h4-h6 e e4-e5 pode ser problemático para as negras. 13.Bh6. 13.d5?! f5; 13.dxe5?! Bxe5. 13...cxd4 14.Bxg7 Rxg7 15.cxd4 exd4 16.Tac1. 16.f4 f6 17.e5 Topalov-Kamsky WCC Candidates Final Sofia 17...Bd7 18.exf6+ Dxf6 19.Cg3 Rh8 e as negras parecem estar bem, não sendo nenhuma surpresa Topalov vá optando por desviar-se. 16...Dd6

Uma novidade, mas obviamente ambos os lados estudaram em casa com detalhe. 16...Bb7 17.f4 Tc8 18.Txc8 Dxc8 19.f5 Cc6 20.Tf3 Ce5 21.Th3 Th8 22.f6+ Rg8 23.Dh6 Df8 24.Dxf8+ Rxf8 25.Cxd4 Re8 26.Ab5+ Rd8 27.Tc3 a6 28.Ba4 b5 29.Bb3 Te8 1/2-1/2 Karjakin,S (2732)-Carlsen,M (2765)/Foros UKR 2008/The Week in Chess. 17.f4 f6 18.f5 De5. É vital prevenir e4-e5 a qualquer título, pois isso iria libertar as peças brancas, e expor o que é um debilitado flanco do rei negro. As negras desejariam jogar Ca5-c6-e5 não podem organizar. 18...Cc6 19.Bb5 Ce5 20.Cxd4+/=. 19.Cf4. 19.Rh1 Bd7 20.Cg1 Tac8 21.Cf3 Dd6=/+. 19...g5 20.Ch5+. Tudo isto jogado em poucos. O movimento que coloca o cavalo em h5 deve de ser justificado por análise apurada no computador, porque noutro caso mais adiante poderia resultar que a peça está mal colocada. 20...Rg8 21.h4 h6 22.hxg5 hxg5 23.Tf3

 

Ambos os jogadores tinham jogado muito rápido até agora, mas na continuação Anand reflectiu mais de dez minutos. 23...Rf7?? Perdendo o rumo. Parece que Anand se esqueceu da sua preparação. 23...Bd7 parece ser o melhor porque Cxf6, é impossível. 24.Tg3 Rf7 quiçá foi o recomendado pelo computador. É muito provável que se tenha tratado do clássico erro de esquecer o movimento, ou melhor dito, os movimentos de preparação. 25.Cxf6? (25.Bc4+ Cxc4 26.Txc4 Th8 27.Txd4 Bxf5 28.Td7+ Bxd7 29.Dxd7+ De7 30.Dd5+ De6 31.Db7+ De7 32.Dd5+=) 25...Dxg3; 23...Tf7 que seria o tipo de movimentos de defesa que as pretas gostariam de fazer mas que permite 24.Cxf6+ Dxf6 25.e5 Dxe5 26.Dxg5+ Dg7 27.Dd8+ Tf8 28.Dd5++-

23...Bd7 24.Cxf6+ Dxf6 25.e5 Dxe5 26.Dxg5+ Rf7 27.Dg6+ Re7 28.f6+ Rd8 pouco claro;

25.Txc4 Ae8 26.Cxf6+ Txf6 27.Dxg5+ Tg6! pouco claro.

24.Cxf6!!

Isto acaba com a partida. Topalov necessitou de poucos minutos para pensar, jogou e saiu, deixando claro a Anand que tinha sido uma análise preparada e que o indiano estava perdido. A questão táctica principal é que as negras não podem manter c7 e g5. Posicionalmente disse, o seu Ca5 e a Ta8 estão fora de jogo.

24...Rxf6. 24...Dxf6 não importa muito 25.Th3 Th8 26.Txh8 Dxh8 27.Tc7+ Rf6 28.e5+; 24...Dxf6 25.Th3 Rg8 26.e5 Dxe5 27.Dxg5+; 24...Dxf6 25.Th3 Bd7 26.Th7+ Re8 27.e5 Dxe5 28.Te1. 25.Th3! O melhor movimento para ganhar. 

25...Tg8. 25...Df4 26.e5+! Dxe5 27.Th6+; 25...Bd7 26.Th6+ Rf7 27.Th7+ Rf6 28.Txd7 Tad8 29.Th7 Th8 30.Tcc7 Txh7 31.Txh7 Df4 32.Dxf4 gxf4 33.Rf2 Tc8 34.Rf3 Tc3 35.Rxf4 Txd3 36.e5 foi encontrado por Peter Svidler, simplesmente por diversão.

26.Th6+ Rf7 27.Th7+ Re8. 27...Tg7 28.Txg7+ Rxg7 (28...Dxg7 29.Tc7+) 29.Dxg5+. 28.Tcc7. As pretas não podem realizar nenhum movimento construtivo. 28...Rd8 29.Bb5! Dxe4. 29...Dxb5 30.Dxd4+ Re8 31.Df6; 29...Dxc7 30.Dxd4+ Ad7 31.Txd7+ ambos dando mate. 30.Txc8+. Escolhendo uma maneira prosaica para ganhar.

30...Rxc8 31.Dc1+ Cc6 32.Bxc6 De3+ 33.Dxe3 dxe3 34.Bxa8; 30.Tce7 Dxe7 31.Dxd4+ Ad7 32.Txe7 era mais ao estilo de Topalov. Mas, naturalmente, terá início o adversário! Pelo menos pode-se dizer que Anand teve uma posição para jogar, mas isso depende da avaliação de 23...Bd7. Se isto não servir, terá que recorrer ao plano B e vai lutar ainda mais. 1-0